Coletivo 2ªOpinião

Mas na hora em que nos moldaram homem e mulher, eu sangrei e você não.

DOFUNDODOMAR

Fotografia de Erêndira Oliveira

– A Casa dos Homens –

De 7 a 29 de setembro!

22hs sábados e 19hs domingos, na sede da Cia Pessoal do Faroeste;

Rua do Triunfo, 301
Pague Quanto Puder! 45 Lugares.

Aos domingos debates sobre gênero com gente muito interessante! – Confira a programação em nossa página!

facebook.com/coletivosegundaopiniao

A Casa dos Homens e o Coletivo 2° Opinião – Opinião de quem faz parte

Via Blogueiras Feministas

06/09/2013 | Filed under: Cultura e Mídia and tagged with: 

Texto de Paloma Franca Amorim.

O processo de construção da peça ‘A Casa dos Homens’ é o processo de construção do Coletivo 2ª Opinião. Creio que não dá pra falar de um sem falar do outro, quando produzimos algo coletivamente também estamos produzindo o próprio coletivo, entendo portanto que ao assistir à peça, as pessoas poderão ver um pedaço de nossas dinâmicas cotidianas de ensaios e encontros para debater a questão de identidade de gênero e todos os outros temas relacionados.

Em ‘A Casa dos Homens’ discutimos a estruturação dessa ideia social e cultural de masculinidade. Nós nos dedicamos ao estudo teórico, acadêmico por assim dizer, e à pesquisa de casos que se relacionassem com o dia-a-dia de nossa cidade, a quimera São Paulo. Além disso, houve uma intensa investigação prática – musical, literária, improvisacional – para que formalizássemos nossas reflexões.

Enquanto produzíamos a peça, fomos obrigados a lidar com a dificuldade e o prazer de nossas expectativas e frustrações internas, em nossas tentativas de organizar um coletivo à luz da perspectiva feminista. As contradições apontadas esteticamente em nossa peça foram muitas vezes contradições que vivemos em nossas atividades coletivas.

Algo do teatro que me parece muito interessante em relação ao debate de gênero é o trabalho com o corpo, a descoberta e emancipação da expressão corporal, a possibilidade de dissolução do dualismo do feio e do belo sobre a aparência dos participantes da cena (no caso do Coletivo 2ª Opinião a cena é composta não são somente por atores profissionais, mas também por pessoas que ainda estão dando os primeiros passos no teatro e que se lançaram coletivamente no desafio da interpretação teatral).

Nas artes cênicas muitas vezes o feio é belo e o belo é feio e o feio belo é tudo e é nada. O feio e o belo podem se misturar e portanto deixar de existir enquanto adjetivações sociais opressivas. Através da relação com o trabalho corporal existe a possibilidade de confronto com alguns referenciais hegemônicos e reducionistas da ideia, discriminatória ideia, de beleza e de comportamento. Claro que me refiro a um teatro político e público, praticado por grupos e pessoas que se preocupam com a problematização estética da questão de gênero através da forma e, sobretudo, do conteúdo.

Em nossa peça falamos de um imaginário social machista que se revela através do sonho das personagens. Dormir não é um descanso, são noites em claro de trabalho imaginativo e memorial de descoberta das amarras diárias, públicas e privadas, as quais determinam o machismo como base de comportamento social. Em nossa ficção, tentamos reverter os ideais normativos que povoam os pensamentos elaborados no ato de sonhar a nosso favor, para que se possa na medida do impossível destruir sonho a sonho o pesadelo real, concreto, cotidiano.

Ao longo desses quase dois anos de Coletivo 2ª Opinião eu aprendi muita coisa sobre teatro feminista, fiz escolhas que definiram para sempre minhas escolhas artísticas e políticas. Aprendi preceitos éticos feministas que norteiam minhas ações no mundo e a forma com a qual eu tento veicular meus discursos. Percebi que não estou sozinha, que posso me organizar com pessoas que também acreditam em uma perspectiva política que fortalece cada dia mais os próprios músculos na contracorrente do heteropatriarcado. Pelo teatro, buscamos outras formas de elaboração e de difusão simbólica da realidade social.

Cartaz da peça teatral 'A Casa dos Homens' do Coletivo 2° Opinião.

Cartaz da peça teatral ‘A Casa dos Homens’ do Coletivo 2° Opinião.

UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA PEÇA ATÉ AGORA

Em dezembro de 2012, no espaço do Condomínio Cultural Mundo Novo na Vila-Anglo, zona Oeste de São Paulo, uma primeira experiência cênica intitulada Bom Dia, Ruína foi realizada e contava com apenas três atores em cena. À medida que as apresentações desse exercício teatral foram acontecendo, mais pessoas se juntaram ao Coletivo 2ª Opinião e fez-se necessária a ampliação do olhar sobre a temática originalmente escolhida como elemento disparador da encenação. Se em um primeiro momento o grupo elegeu uma personagem feminina para ocupar o protagonismo da ação cênica, em ‘A Casa dos Homens’ essa individualização se dispersa e a discussão das relações sociais de gênero se dão a partir de figuras coletivas, isto é, personagens cujos aspectos da subjetividade descortinam condicionamentos ligados às práticas sociais e culturais. O Coletivo 2ª Opinião entende que encenar e debater as questões relativas à opressão histórico-social de gênero significa lançar um olhar crítico sobre o Estado patriarcal diretamente ligado à opressiva maquinaria do capital e suas resultantes culturais, na esfera pública e na esfera privada.

SOBRE A TEMPORADA NA SEDE LUZ DO FAROESTE E A OCUPAÇÃO CULTURAL AMARELINHO DA LUZ

O Coletivo 2ª Opinião junto a outros nove coletivos de teatro e cinema faz parte da Ocupação Cultural Amarelinho da Luz, no bairro de Santa Ifigênia na região da Luz. Fomentar a produção cultural de forma crítica nesta região de São Paulo é organizar espaços de atuação sobre as condições sociais e políticas que regem as atividades artísticas nas áreas marginalizadas da cidade de São Paulo, a favor do próprio contexto periférico e da população que o constitui. Em parceria com a Cia. Pessoal do Faroeste, estes nove coletivos portanto estão trabalhando para elaborar discursos artísticos que dialoguem com a região da Luz, pejorativamente nomeada Cracolândia, para que desse modo seja possível problematizar as políticas públicas que ordenam as decisões sobre a mesma e suas resultantes sociais, geopolíticas e culturais.

‘A Casa dos Homens’ faz parte de um circuito maior de atividade cultural, também de dimensão transversal e coletiva. Para saber mais sobre a Ocupação Cultural Amarelinho da Luz vá até o blog Amarelinho da Luz – Ocupação Cultural.

A temporada na sede Luz do Faroeste ocorrerá de 7 a 29 de setembro de 2013, aos sábados e domingos. Aos domingos haverá debates posteriores à apresentação da peça com convidadas e convidados, dentre os quais: Terezinha Vicente, Rodrigo Cruz, Leona Jhovs, Natalia Ribeiro e Laerte Coutinho, pessoas envolvidas na luta contra a opressão de gênero, cada qual em sua esfera de atuação política e artística.

Mais informações sobre os debates e as atividades do 2ªOpinião serão divulgadas em nossa página do Facebook.

INFORMAÇÕES

Peça ‘A Casa dos Homens’.

Sinopse: na hora de dormir, mulher e homem reconstroem em seus sonhos os momentos mais importantes de suas trajetórias individuais e sociais. A atmosfera onírica é o meio através do qual se torna possível resgatar lembranças da juventude marcada por valores machistas frutos de uma sociedade patriarcal. Desde o momento de despertar até as batalhas contra os exílios sociais reservados àqueles que sofrem discriminações de gênero, as personagens vivem o aprendizado do próprio corpo e da própria História. A partir da tomada de consciência sobre essas estruturas sociais nasce o desejo: despetalar, sonho a sonho, o pesadelo.

7 de setembro a 29 de setembro

Sábados às 22hs e domingos às 19hs

Sede Luz do Faroeste – Rua do Triunfo, 305 – Santa Ifigênia – Centro.

Pague quanto puder!

FICHA TÉCNICA

Elenco: Anders Rinaldi, Bia Bouissou, Felipe Pitta, Ighor Walace, Juliana Bruce e Julia Spindel.

Músicos: Débora Leonel, Maria Menezes e Pedro Fraga.

Iluminação: Isa Giuntini.

Assistente de Iluminação: Paula da Rosa.

Dramaturgia: Paloma Franca Amorim e o coletivo.

Encenação: Raquel Morales.

Cenografia:  Paloma Franca Amorim, Isa Giuntini e Raquel Morales.

Projeto Gráfico: Paloma Franca Amorim.

Assessoria de Imprensa: Julia Spindel e Paula da Rosa.

Colaboradores: Juliana Bruce, Luka Franca, Erêndira Oliveira e Coletivo de Galochas.

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Paloma Franca Amorim é dramaturga do Coletivo 2ª Opinião, professora, ilustradora e cronista nas horas vagas. Não sabe comer de boca fechada e adora falar um palavrão.

Programação Cultural de Inauguração do Amarelinho

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A MESMA CIA

14 horas: Recepção em seu atelier –  que está com trabalhos em grafitte e poética visual criado pelo artista plastico brunomartelli -, onde as pessoas serão recebidas com comes e bebes além de um ótimo bate-papo com alguns integrantes do coletivo.

15 horas: Intervenção 01 (Experimentação: O Casal dos quase amantes): com os atores: Cloddoaldo Dias e Rodrigo Marcoz. Local: Piso Terreo.

17 horas: Intervenção 02 (Experimentação: Devaneios de um quase perdido) com a atriz: Priscila Labronici. Local: Nosso Atelier 15.

19 horas: Intervenção 03 (Experimentação: O Vendendor de Rosas) com o ator: Aloisio Bandarra. Na rua.

 

COLETIVO 2ª OPINIÃO

Exposição de ilustrações e fotos nas quais se expõem os espaços sociais, públicos e privados, nos quais há disputa e opressão de gênero. A exposição se dará em formato de varal no espaço do Coletivo 2ªOpinião, na Ocupação Cultural Amarelinho da Luz.

 

COLETIVO O COMBO DE ARTE INDEPENDENTE

16h: Recepção dos convidados com torta e cervejinha e apresentação do coletivo.

16h30 às 21h30: Exibição dos trabalhos do coletivo, seguida de bate-papo com os visitantes do Atelier (torta e cervejinha continuam).

 

COLETIVO ENCENAÇÃO

Às 16h fará ensaio aberto da sua montagem em construção, Bem Me quer.

 

COLETIVO 2ª OPINIÃO

Às 22h estreará na Sede Luz do Faroeste o espetáculo Casa de Homens, que cumprirá temporada, aos sábados às 22h e no domingo às 19h, durante o mês de setembro (a peça Homem Não Entra, do pessoal do faroeste cumpre temporada no mesmo mês as segundas, às 20h). Ingresso Pague Quanto puder – release anexo

 

GRUPO DE TEATRO PRETO NO BRANCO – convidado – São Carlos/SP

Apresentará na Sede Luz do Faroeste, às 15h o espetáculo “Ao revés do Papel” que acabara de ganhar a premiação do Festival Nacional de Teatro de Limeira: MELHOR ESPETÁCULO ADULTO

 

 

Todos os outros coletivos abrirão suas portas para que o público conheça seus ateliês.

 

 

Programação Contemporânea – Projeto Samba de Vitrine

14h       Chorinho Família Contemporânea

16h       Na Palma da Mão (lançamento do DVD do grupo)

18h       O Centro do Samba

 

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Ciclo de Debates da peça A Casa dos Homens

Confira a programação!

 

programação

Pintura na Ocupação Cultural Amarelinho da Luz

 

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A Casa dos Homens

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O espetáculo teatral A Casa dos Homens surge a partir de reflexões do grupo sobre a questão histórica e social da mulher. Em dezembro de 2012, no espaço do Condomínio Cultural Mundo Novo na Vila-Anglo, zona Oeste de São Paulo, uma primeira experiência cênica intitulada Bom Dia, Ruína foi realizada e contava com apenas três atores em cena. À medida que as apresentações desse exercício teatral foram acontecendo, mais pessoas se juntaram ao Coletivo 2ª Opinião e fez-se necessária a ampliação do olhar sobre a temática originalmente escolhida como elemento disparador da encenação. Se em um primeiro momento o grupo elegeu uma personagem feminina para ocupar o protagonismo da ação cênica, em A Casa dos Homens essa individualização se dispersa e a discussão das relações sociais de gênero se dão a partir de figuras coletivas, isto é, personagens cujos aspectos da subjetividade descortinam condicionamentos ligados às práticas sociais e culturais. O Coletivo 2ª Opinião entende que encenar e debater as questões relativas à opressão histórico-social de gênero significa lançar um olhar crítico sobre o Estado patriarcal diretamente ligado à opressiva maquinaria do capital e suas resultantes culturais, na esfera pública e na esfera privada.

A violência física, psicológica e ideológica contra as identidades de gênero que não se encaixam nos sistemas heterossexuais e machistas de comportamento revelam o fortalecimento de uma cultura punitivista e de um Estado regido pelas lógicas do pátrio poder.  Além disso, através da tradução da figura específica da mulher como exemplo de deterioração de gênero, o machismo atinge o universo da infância no qual a gravidade da situação se apresenta ainda mais aguda na medida em que um processo educacional ali se inicia perpetuando lógicas anteriores à experiência da criança no mundo.

Os integrantes do Coletivo 2ª Opinião se dedicaram a estas questões que determinam o universo político e social da mulher, dos homossexuais, travestis e transgêneros na concretude das práticas públicas e privadas. O que é memória e o que é invenção já não pode ser definido. No decorrer das noites nas quais parece impossível descansar, as figuras apresentadas em cena percorrem uma trajetória de embates, esclarecimento e conscientização crítica, de modo a assumir, portanto, o processo de politização de sua visão de mundo e do próprio corpo.

 

Serviço:

7 de setembro a 29 de setembro*Sábados às 22hs e domingos às 19hs* Sede
Luz do Faroeste* Rua do Triunfo – Santa Ifigênia – Centro. Pague quanto puder.

Aos domingos haverá debates com convidadxs depois da peça – confira a programação neste blog e em nossa página no facebook:

facebook.com/coletivosegundaopiniao

 

 

A Casa dos Homens

A construção do masculino – Daniel Welzer-Lang

Este texto de Daniel Welzer-Lang foi uma importante contribuição para os debates que tivemos dentro do coletivo.

As relações homens/mulheres e homens/homens, analisadas aqui como relações sociais de sexo, parecem ser em todos os casos – hipótese que eu defendo – o produto de um duplo paradigma naturalista:
– a pseudo natureza superior dos homens, que remete à dominação masculina, ao sexismo e às fronteiras rígidas e intransponíveis entre os gêneros masculino e feminino;
– a visão heterossexuada do mundo na qual a sexualidade considerada como “normal” e “natural” está limitada às relações sexuais entre homens e mulheres. As outras sexualidades, homossexualidades, bissexualidades, sexualidades transexuais… são, no máximo, definidas, ou melhor, admitidas, como “diferentes”.

Segue o link:
a-contrucao-do-masculino

Um pouco sobre o Coletivo

despertando

O projeto A Casa dos Homens teve início no segundo semestre de 2012 e deu origem ao Coletivo 2a Opinião. As pessoas envolvidas nesse projeto estavam em busca de uma forma de criação semelhante ao Processo Colaborativo – tantas vezes experimentado dentro das aulas de Direção do Departamento de Artes Cênicas da USP – mas que fosse horizontal, sem hierarquias. Para tanto, o grupo acordou que, no processo criativo da peça, cada pessoa teria um olhar e uma contribuição específicos (direção, dramaturgia, iluminação, trabalho de ator, sonoplastia etc) para a obra, além disso, todas as decisões seriam feitas coletiva e consensualmente. Outro acordo feito previamente pelos integrantes do projeto foi o de que haveria alternância de funções dentro do coletivo durante o processo para que todos desenvolvessem uma visão geral do funcionamento do organismo teatral.

O projeto teve como mote propulsor a obra “Para Acabar com o Julgamento de Deus” de Antonin Artaud. Depois de uma série de debates e exercícios teóricos a partir dessa obra, chegamos a dois paradoxos que nos interessavam explorar: linguagem e confinamento / instituição e repressão. Começamos explorando tais paradoxos dentro do âmbito manicomial, muito presente na vida de Artaud e consequentemente em sua obra. A partir da escolha da temática a ser explorada, iniciaram-se os ensaios práticos, que baseavam-se em:

 

–        Exercícios de aquecimento e de improvisação tirados do livro “Jogos para Atores e Não-Atores” de Augusto Boal;

–        Debates sobre material textual trazido por algum integrante do grupo sobre temáticas adjacentes;

–        Workshops: respostas cênicas a alguma temática específica levantadas nos improvisos ou nos debates.

 

As questões relacionadas ao contexto manicomial, aos poucos, deram lugar a um intenso debate sobre gênero: a heteronormatividade, o patriarcado, a opressão de gênero, a construção da masculinidade, a luta feminista, a luta LGBTT, entre outros. Autoras como Ana Cristina César, Virgínia Woolf, Hilda Hilst, Valérie Solanas, Emma Goldman, Roswitha Scholz, Rosely Gomes Costa e o autor Daniel Welzer-Lang foram estudados e debatidos. Integrantes do grupo participaram de eventos com coletivos que tinham acúmulo sobre essas questões como: Rizoma Tendência Autônoma Libertária, Marcha das Vadias, ONG Elas por Elas, Associação de Travestis e Transexuais, ASTRA LGBT, Coletivo Jovens Feministas, Coletivo Homens Feministas, Bateria do Mau do Ocupa Sampa, grupo de gênero do ELAOPA (Encontro Latino-Americamos de Organizações Autônomas) etc. O grupo participou de palestras, seminários e debates sobre questões relacionadas a essas temáticas. O coletivo assistiu a filmes e peças de teatro, colheu matérias publicadas em jornal, revistas ou na Internet. A partir de cada material teórico, os participantes do processo propunham novos Workshops.

Proposições textuais começaram a ser feitas a partir dessas vivências.  Workshops a partir dessas proposições textuais começaram a ser levantados e, pouco a pouco, cenas foram sendo criadas. A dramaturgia foi se solidificando. Em dezembro de 2012, ficou pronto o primeiro protótipo dramatúrgico e realizou-se uma abertura de processo  no espaço do Condomínio Cultural Mundo Novo – um hospital na Vila Anglo-Brasileira que foi desativado em 1998 e hoje está sendo transformado em um centro cultural. Após a apresentação, houve um debate sobre a peça com todos os presentes interessados.

O Coletivo 2ª Opinião, através de uma encenação que se baseia em formas surrealistas, explorou estas questões sociais que determinam o universo da diversidade de gênero na concretude das práticas públicas e também subjetivamente. O que é memória e o que é invenção já não pode ser definido, no decorrer das noites as figuras apresentadas em cena percorrem uma trajetória de esclarecimento e conscientização crítica, assumindo, portanto, o processo de politização do próprio corpo e de sua visão de mundo.

Em fevereiro de 2013 o grupo retomou o processo a fim de retrabalhar a dramaturgia segundo as questões levantadas no debate realizado no Condomínio Cultural Mundo Novo. Em março, o grupo teve a oportunidade de fazer uma nova abertura do processo na Mostra de Experimentos do TUSP. Após a apresentação, foi realizado um novo debate sobre a peça com todos os presentes interessados. A partir daí, mudou-se o título da peça – de “Bom Dia (Ruína)” para A Casa dos Homens – e começaram os ensaios de aprofundamento de interpretação, que têm previsão de fechamento para o mês de junho desse mesmo ano.